Dados da OMS mostram que o Brasil lidera os índices de ansiedade no mundo; diante disso, cresce a procura por alternativas seguras e integrativas para equilibrar corpo e mente

A saúde mental se tornou um dos maiores desafios da atualidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país com a maior taxa de transtornos de ansiedade no mundo: sete em cada dez brasileiros relatam sintomas frequentes como insônia, irritabilidade e crises de pânico. Esse cenário se reflete também no aumento do consumo de ansiolíticos e antidepressivos, que cresceu mais de 20% na última década, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Embora os medicamentos de tarja preta sejam essenciais em casos graves, especialistas alertam para os riscos da automedicação e da dependência química. É nesse contexto que ganham força as alternativas naturais e personalizadas, capazes de oferecer alívio aos sintomas de ansiedade e estresse sem os efeitos colaterais comuns dos controlados.

“A manipulação farmacêutica permite desenvolver fórmulas sob medida, combinando ativos naturais e vitaminas que atuam no equilíbrio da mente e na qualidade do sono. Entre os mais procurados estão o 5-HTP, a L-teanina, o magnésio, a melatonina e os adaptógenos como a ashwagandha. Cada paciente é único, por isso a personalização é essencial para garantir segurança e eficácia”, explica Fabíola Faleiros, farmacêutica da La Pharma.

Além da visão técnica, a experiência de quem viveu os efeitos da ansiedade também ajuda a ampliar a discussão. O consultor e escritor Flávio Lettieri, autor do livro “Ansiedade: aprenda a conviver com ela e equilibrar bem-estar e produtividade”, lembra que o problema afeta diretamente a vida profissional e pessoal de milhões de brasileiros.

“Durante anos, tentei silenciar os sinais do meu corpo até que precisei ser internado. Percebi que não se trata de eliminar a ansiedade, mas de aprender a conviver com ela, adotando hábitos que fortaleçam corpo e mente. Alternativas seguras, como terapias naturais e complementares, podem ser grandes aliadas nesse processo”, afirma Flávio.

O avanço da ciência também reforça essa tendência. Pesquisas recentes apontam que compostos como a L-teanina, encontrada no chá verde, ajudam a reduzir a frequência cardíaca e promover sensação de calma, enquanto a melatonina atua na regulação do sono — outro pilar fundamental para a saúde mental.

Mas, para além da abordagem bioquímica, é preciso compreender o fator emocional. A psicóloga e terapeuta integrativa Laura Zambotto reforça que o ritmo acelerado e o excesso de estímulos têm aumentado o número de mulheres em sofrimento psíquico.

“A ansiedade é, muitas vezes, o sintoma visível de uma desconexão profunda com o próprio ritmo interno. Vivemos em constante estado de alerta, tentando atender expectativas externas — da carreira, da família, das redes sociais. O corpo, então, responde com sinais de tensão, insônia e medo. Com isso, é cada vez mais frequente receber mulheres com queixas de baixa libido, cansaço e pensamentos acelerados. É urgente aprender a desacelerar e se reconectar consigo mesma”, explica Laura.

Para Fabíola, o mais importante é enxergar a ansiedade não como um tabu, mas como um sinal de alerta que pode ser manejado com responsabilidade.

“O primeiro passo é sempre procurar acompanhamento médico e farmacêutico. A partir daí, podemos traçar estratégias que unam a prescrição correta, a manipulação de fórmulas naturais e mudanças de estilo de vida. O resultado costuma ser mais equilíbrio e mais qualidade de vida para quem sofre com a ansiedade”, conclui.

Com a busca crescente por soluções integrativas, a expectativa é que a personalização do cuidado mental se torne uma das principais tendências da saúde nos próximos anos — unindo ciência, prevenção e bem-estar.

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